Etanol & COP30: Liderança Brasileira Energética Global
Durante o evento “Etanol & COP30: Liderança Brasileira Energética Global”, o presidente do Sindicanálcool, Milton Campelo, destacou a importância do setor bioenergético na transição energética e o protagonismo do Brasil na agenda climática mundial.
Em seu discurso, reforçou o papel do etanol como solução real e escalável para a descarbonização dos transportes e anunciou, ao lado de entidades do setor, a iniciativa da Carta de Belém — um documento que será apresentado na COP30, reafirmando o potencial do Brasil como referência global em biocombustíveis sustentáveis.
Abaixo, confira a íntegra da fala do presidente: 👇
“Senhoras e senhores, boa tarde!
Encerramos esta manhã com a satisfação de termos vivido momentos de intensa troca de conhecimento e ricas discussões. Desde a abertura, acompanhamos reflexões que reafirmaram a importância do setor bioenergético para o Brasil e para o mundo.
O painel sobre a experiência brasileira com o etanol destacou conquistas históricas e apontou para as oportunidades de ampliar sua utilização em diferentes modais de transporte.
Em seguida, no debate sobre as estratégias para a COP30, ficou evidente a necessidade de traduzirmos nossa trajetória de sucesso em mensagens claras para o cenário internacional, demonstrando que o etanol é solução viável e eficiente na luta contra as mudanças climáticas.
Por fim, o painel sobre o papel das empresas na transição energética trouxe exemplos concretos de como o setor privado já integra a bioenergia em seus modelos de negócio e se prepara para o futuro
Essas discussões nos trouxeram clareza: o Brasil está pronto para mostrar ao mundo que o etanol é não apenas uma alternativa, mas uma solução sustentável, escalável e socialmente inclusiva.
É nesse espírito que, neste momento, temos a honra de anunciar que, durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, a Bioenergia Brasil, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), o Sindicato dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool dos Estados do Maranhão e Pará (Sindicanálcool), e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), apresentarão ao mundo A CARTA DE BELÉM.
A Carta de Belém é um convite à ação. Um chamado que destaca o imenso potencial do etanol brasileiro na descarbonização da mobilidade mundial.
Um documento que reafirma: o Brasil ocupa posição de vanguarda na transição energética, amparado por políticas públicas consistentes, como o RenovaBio, que garantem produção sustentável, sem competição com alimentos e com desmatamento zero.
A presidência da COP30 definiu esse grande evento como um verdadeiro “Mutirão Global contra a mudança do clima”, convocando o setor privado a ampliar seu engajamento na transição que o mundo exige. É nesse espírito que nasceu a iniciativa “Etanol & COP30: Liderança Brasileira Energética Global”.
Nossa convicção é clara: a trajetória do etanol no Brasil não apenas consolidou nossa liderança, como também oferece um modelo replicável para outras economias que buscam reduzir emissões e acelerar o caminho rumo a uma matriz energética mais limpa.
O ano de 2025 traz consigo marcos simbólicos. Celebramos o centenário do uso do etanol no País e os 50 anos de criação do Proálcool – programa pioneiro que assegurou a segurança energética nacional e se transformou no mais relevante projeto de substituição de combustíveis fósseis por renováveis em escala global.
Ao longo dessa história, o etanol se firmou como solução limpa, segura e inovadora. Tornou-se parte essencial da matriz de transportes brasileira, seja em mistura com a gasolina – hoje em 30% – seja em veículos flex ou dedicados.
A indústria automotiva acompanhou essa evolução, desenvolvendo tecnologias cada vez mais modernas, até chegar ao lançamento dos primeiros veículos híbridos flex do mundo.
Produzido a partir de matérias-primas como a cana e o milho, o etanol simboliza a economia circular, conciliando energia, produção de alimentos, geração de empregos e desenvolvimento regional.
Nos últimos anos, o Brasil construiu um marco regulatório sólido e transparente. O RenovaBio se tornou pilar dessa trajetória, ao estabelecer metas anuais obrigatórias de descarbonização para os distribuidores de combustíveis e, ao mesmo tempo, oferecer aos produtores a certificação voluntária baseada em Análise de Ciclo de Vida.
Esse sistema assegura rastreabilidade, estimula ganhos de eficiência e permite a emissão dos Créditos de Descarbonização, os CBIOs.
É um modelo reconhecido internacionalmente, que alia previsibilidade regulatória, sustentabilidade ambiental e incentivo econômico, reforçando a posição do etanol brasileiro como referência global em biocombustíveis.
Ao lado do RenovaBio, avançamos com programas como o Combustível do Futuro e o MOVER. Essas iniciativas consolidam a Análise de Ciclo de Vida como ferramenta central para medir as emissões de todos os combustíveis e veículos. A partir de 2032, adotaremos a abordagem completa “do berço ao túmulo”.
Essa evolução regulatória garante comparabilidade internacional e demonstra o compromisso do Brasil em alinhar inovação tecnológica, eficiência energética e responsabilidade climática.
Olhamos para o futuro com a certeza de que o etanol será base para novas soluções: biometano, SAF para aviação, combustíveis marítimos e até hidrogênio. Todos capazes de ampliar ainda mais a contribuição do Brasil à descarbonização global.
Mas reconhecemos que o desafio é internacional. Para que o etanol cumpra plenamente sua missão, será necessário superar barreiras regulatórias e comerciais e adotar a Análise de Ciclo de Vida como métrica universal de referência.
Somente assim as políticas de substituição de combustíveis fósseis ganharão força, permitindo que o uso de biocombustíveis se torne instrumento decisivo para atingir as NDCs e os compromissos do Acordo de Paris.
Com tais medidas, não apenas se criará um mercado global para o etanol, mas também se estimulará a produção em diferentes regiões do planeta, promovendo inclusão social e acelerando a transição climática.
A Carta de Belém será, portanto, a voz do setor de bioenergia brasileiro diante do mundo: um chamado para que outras nações se unam ao caminho que o Brasil já trilha com coragem, inovação e visão de futuro.
Muito obrigado e uma excelente tarde a todos!”

